terça-feira, 6 de abril de 2010

"V for freedom!"

O que é liberdade? Até que ponto uma pessoa é capaz de renunciar da sua liberdade em prol da sua segurança? Como é que um governo sobe ao poder privando as pessoas da sua própria liberdade e elas aceitam isso de livre vontade? O que é que as pessoas podem fazer para inverter a situação?
Para tentar chegar a uma perspectiva que tenta arranjar respostas e soluções a essas perguntas, decidimos usar a filmo-grafia intitulada de V for Vendetta. Este filme de ficção que tão bem retrata a realidade de muitos países, é um bom exemplo para tentarmos entender essas questões.
O filme apresenta duas perspectivas, uma a nível governamental e outra a nível pessoal, ambas são de interesse para múltiplas áreas incluindo a da psicologia. Na perspectiva governamental podemos ver ao longo do filme que uma maneira de um governo ser aceite por uma sociedade, na qual este as priva da sua liberdade, é através da projecção de um estado de terror geral. Instalando um medo e pânico para o qual este apresenta uma solução. Se um governo conseguir transmitir a mensagem de que pode assegurar a protecção das pessoas, estas tendem a aceitar essa solução ao ponto de mudarem progressivamente e inconscientemente o seu estilo de vida.
Até que ponto uma pessoa se deve privar da sua liberdade a fim de garantir a sua segurança? Neste filme podemos observar o descontentamento de certas pessoas sob um regime de opressões, em que a liberdade de expressão e pessoal é altamente limitada. Em resposta a essa situação, é apresentada uma personagem um pouco vista como anti-herói. Esta acaba por não ser apenas uma pessoa, mas, uma ideia, um símbolo, que se vai tornar influente na sociedade. Apesar de o inimigo dessa personagem intitulada de V ser o governo, ele durante o filme transmite às pessoas que o verdadeiro culpado da situação vivida, não é do governo, mas sim das pessoas, pois são estas que detêm o poder e a responsabilidade da mudança, de fazer algo para alterar a situação. No entanto, por diversas razões elas nada fazem, umas por medo das punições do regime, outras por ignorância da situação e outras mesmo sabendo que há algo de errado acomodam-se e deixam-se levar.
Com este filme podemos então perceber que com a mensagem certa, e um forte simbolismo e idealização é possível abrir as mentes das pessoas e leva-las a razão e a lutarem por aquilo que têm direito desde a nascença até à morte.
A personagem V, ajuda as pessoas a compreender que há algo de errado na sociedade, e dá-lhes "armas" e motivações que elas necessitam para lutarem pelos seus direitos, num regime em que tudo o que foge a um norma severamente imposta é castigado de uma forma desumana.
Para perceber como se processa essa mudança de mentalidade o filme apresenta uma história entre V e uma rapariga chamada Evey. Essa personagem durante o filme altera drasticamente. No inicio, é uma pessoa que sabe que há algo de errado, no entanto, não tem a força, nem a coragem para agir. Ao longo do filme, durante a relação construída com V esta ganha uma nova perspectiva das coisas, e ganha fortes convicções e ideais que a motivam a participar na mudança planeada por V, tornando-se uma pessoa com um carácter bastante forte onde os seus medos desaparecem quase por completo.
Este filme é intenso e apresenta uma boa perspectiva de como as pessoas devem agir quando são privadas da sua liberdade, que acima de tudo devemos valorizar, pois para muitos é mais valiosa que a própria vida (como é o caso de V), pois é ela que nos torna únicos e não robotizados.
O senso comum comanda que um só Homem não detém o poder para mudar o mundo, mas as ideias por detrás dele, e as pessoas que as seguem têm. Como uma citação referida no filme Ideals are bulletproof, ou seja, mais forte do que qualquer pessoa é a ideias por detrás dela e a intensidade com que esta a defende.


Para quem ainda conhece não deixamos aqui o trailer.